Desespero do poeta
Sina, carma, maldição...
O que não tem nome,
não pode virar verso...
Só pode virar nada
desespero, angústia.
Inexistência existente...
o abrir mudo da boca
o não ter como dizer
você, que tanto fala
sobre as baboseiras da vida.
E isso?
isso, que não existe
senão dentro do poeta?
Isso, que desencadeia suas palávras
isso, que é combustível
De sua poesia
de sua agonia...
Do seu escrever
Compulsivo
Da sua busca incessante
E do seu paradoxal medo
de que essa palavra
exista, de fato.
E que, ao encontrá-la
Ela seque sua poesia
Pois o sentimento
outrora misterioso
que a evidenciava
Agora existe.
E sua busca, portanto
já não é mais necessária.
Ele está seco.
Abruptamente seco.
Sem ter o que dizer,
o que buscar
sem ter nada mais sem nome
que lhe coloque sede nos lábios
E tinta
no papel.
É quando cessam as sedes.
Quando descobrimos
nossas fontes.
Quando ficamos surdos
E quando o mundo já não faz sentido...
2 comentários:
CARALHO!!!
Palmas, palmas!!
me tocou de verdade.
adorei o nome do blog heh
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