terça-feira, 1 de março de 2011

O inexplicável.
Desespero do poeta
Sina, carma, maldição...
O que não tem nome,
não pode virar verso...

Só pode virar nada
desespero, angústia.
Inexistência existente...

o abrir mudo da boca
o não ter como dizer
você, que tanto fala
sobre as baboseiras da vida.

E isso?
isso, que não existe
senão dentro do poeta?
Isso, que desencadeia suas palávras
isso, que é combustível

De sua poesia
de sua agonia...

Do seu escrever
Compulsivo
Da sua busca incessante
E do seu paradoxal medo
de que essa palavra
exista, de fato.

E que, ao encontrá-la
Ela seque sua poesia
Pois o sentimento
outrora misterioso
que a evidenciava

Agora existe.

E sua busca, portanto
já não é mais necessária.
Ele está seco.

Abruptamente seco.

Sem ter o que dizer,
o que buscar
sem ter nada mais sem nome
que lhe coloque sede nos lábios

E tinta
no papel.

É quando cessam as sedes.
Quando descobrimos
nossas fontes.

Quando ficamos surdos
E quando o mundo já não faz sentido...

2 comentários:

Nathalia Miranda disse...

CARALHO!!!
Palmas, palmas!!

me tocou de verdade.

gimptress disse...

adorei o nome do blog heh