Com estes olhos opacos
Que julgam, com motivos fracos
Que não compreendem os espaços
Que viram a cara para não ver...
Guarde pra si, seu julgamento.
Ele não cabe aqui.
Não empreste um nome à minha agonia,
Nem um rosto, uma cápsula, uma máscara...
...engula a sua superficialidade!
A minha tristeza, por ser minha
e, por ser eu, possessivo,
Nunca, jamais será sua.
Jamais se personificará em quaisquer rostos
Jamais se subterfugiará em teus gostos.
É somente minha, a minha agonia.
E dela, sob nenhuma circunstância, me separo
Ela é amor, é defesa, é reparo...
ela me entende, me acolhe, completa.
Ela é comédia, é drama, é tragédia
tudo ao mesmo tempo.
Ironia, sadismo, sarcasmo...
Ela tira, do meu ver, a beleza
Que é frágil, oca, estúpida...
Já te pedi que fosse (e tu ficaste)
Já te pedi que ficasse (e tu te foste)
Hoje, não peço nada.
E nada, a mim, fazes.
E, ao ser nada,
Ao se retirar, gentilmente, do rótulo,
É que me aproximo de ser (ou ter?) tudo.
2 comentários:
tava com saudade disso atualizado
Sensacional, vei.
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