terça-feira, 2 de novembro de 2010

Belíssima agonia.

Engana-se quem vê
Com estes olhos opacos
Que julgam, com motivos fracos
Que não compreendem os espaços
Que viram a cara para não ver...

Guarde pra si, seu julgamento.
Ele não cabe aqui.
Não empreste um nome à minha agonia,
Nem um rosto, uma cápsula, uma máscara...
...engula a sua superficialidade!

A minha tristeza, por ser minha
e, por ser eu, possessivo,
Nunca, jamais será sua.
Jamais se personificará em quaisquer rostos
Jamais se subterfugiará em teus gostos.

É somente minha, a minha agonia.
E dela, sob nenhuma circunstância, me separo
Ela é amor, é defesa, é reparo...
ela me entende, me acolhe, completa.

Ela é comédia, é drama, é tragédia
tudo ao mesmo tempo.
Ironia, sadismo, sarcasmo...
Ela tira, do meu ver, a beleza
Que é frágil, oca, estúpida...

Já te pedi que fosse (e tu ficaste)
Já te pedi que ficasse (e tu te foste)
Hoje, não peço nada.
E nada, a mim, fazes.
E, ao ser nada,
Ao se retirar, gentilmente, do rótulo,
É que me aproximo de ser (ou ter?) tudo.

2 comentários:

Nana Bastos disse...

tava com saudade disso atualizado

Mario Fausto Neto disse...

Sensacional, vei.