Devo calar?
Aquietar minhas odes
E nelas, não mais trabalhar?
Devo deixar de insistir no erro
Que me promove lapidação?
E deixar de escrever, reescrever, empregar atenção...
É melhor que me arrumem logo o enterro
Pois morto, estou sem a poesia
Que nem sempre me sai tão fácil
Sinceramente, as vezes tenho que trabalhar em demasia
E as vezes, o que me digo sem problemas, se torna difícil
E ler, reler, reescrever
Jogar fora o papel
Sentir vontade de calar o Rafael
Me sentir escravo deste fazer
Mas jamais deixar ela morrer
Pois no instante em que se vá
E deixe de mim correr
Nesse instante, eu já posso me calar
A poesia não é poema
Livre, desimpedido, sem moldes
Que te permite vomitar sem pena
Toda sorte de livres acordes
A poesia é diferente
É grande, é expressamente moldada
É difícil, e precisa ser pensada
É um incrível calor latente
Não é fácil, a poesia
Ela teima em se manter formosa
E por ser assim, muito teimosa
É que trabalho por sua teimosia.
Um comentário:
Como o pai que vem primeiro
Para que então o filho possa crescer
E como a semente que vem antes do cajuzeiro,
O futuro da poesia é você!
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