quarta-feira, 12 de maio de 2010

Poesia... (Dedicado a uma linda voz que agora se calou)

Se não me explodes
Devo calar?
Aquietar minhas odes
E nelas, não mais trabalhar?

Devo deixar de insistir no erro
Que me promove lapidação?
E deixar de escrever, reescrever, empregar atenção...
É melhor que me arrumem logo o enterro

Pois morto, estou sem a poesia
Que nem sempre me sai tão fácil
Sinceramente, as vezes tenho que trabalhar em demasia
E as vezes, o que me digo sem problemas, se torna difícil

E ler, reler, reescrever
Jogar fora o papel
Sentir vontade de calar o Rafael
Me sentir escravo deste fazer

Mas jamais deixar ela morrer
Pois no instante em que se vá
E deixe de mim correr
Nesse instante, eu já posso me calar

A poesia não é poema
Livre, desimpedido, sem moldes
Que te permite vomitar sem pena
Toda sorte de livres acordes

A poesia é diferente
É grande, é expressamente moldada
É difícil, e precisa ser pensada
É um incrível calor latente

Não é fácil, a poesia
Ela teima em se manter formosa
E por ser assim, muito teimosa
É que trabalho por sua teimosia.


Um comentário:

Ana Carolina Maia disse...

Como o pai que vem primeiro
Para que então o filho possa crescer
E como a semente que vem antes do cajuzeiro,
O futuro da poesia é você!