A vida passa, em dias silenciosos
Aonde está a loucura dos tempos de outrora?
O tempo não é de cristal, para que sejamos tão cautelosos
Tampouco é a estrada, para que tenhamos medo de ir embora
Engulo a seco pensamentos indigestos
Encaro imagens de uma visão dolorosa
Enfrento lágrimas e pensamentos inquietos
E dou de ombros a vaguidão de certas prosas
Profundamente, berre aos meus ouvidos
A violência destes dias tempestuosos
Urre mal criações e palavras sem sentido
Me cuspa à cara meus sentimentos defeituosos
Perdoe a falta desse merecimento de orgulho
Desculpe o peso do meu corpo inútil
Desconheça meu peito, já entupido de entulho
E jogue no lixo esse meu cérebro fútil
Sou aquela velha carta marcada
Daquele antigo e esquecido baralho
Sou destas, a mais suja e a mais manchada
Que jaz sozinha, descartada ao assoalho
Sou aquele gole quente
Que rasga e desce forte
Sou aquele riso estridente
Que não é dado e está fadado a morte
Sou aquela mente inquieta
Ou a paixão pro insensível
Sou a palavra nem sempre correta
E sou também o queimado fusível
E quando a minha boca cessar
Alguém, entre todos, receberá o meu aplauso
E por isso, vocês hão de me perdoar
Pois talvez essas palmas sejam ouvidas com certo atraso.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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4 comentários:
Arrepio. De verdade. :S
Primeiro, se eu não soubesse que nesse poema há muito de você eu acharia tão magnifico que ficaria sem palavras. Em todo caso, realmente ele é,a escrita é ótima, a idéia também. Mas não gosto quando fala assim, sei lá, ainda que seja desabafo, às vezes se enaltecer em certas ocasiões, ainda que não seja favorável as nossas vontades, é a melhor coisa que se tem a fazer. Se não tem muito de você nele, desculpe-me o equívoco e abstraia o "sermão", fique então com o eleogio.
Acho que tocou no meu ponto fraco.
Acho que não li, senti. E chorei. Deve ser estranho fazer alguém chorar com seus sentimentos, mas talvez sejam os meus também.
simplesmete LINDO. ;*
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