Já nao sentia
O suor
Que caia
E o olho que... ardia?
Suava
Ou sangrava?
Não sabia...
O que sabia
Era que corria.
E correr pra que?
Pra onde, por que?
Pra quem?
Cansava
Não entendia por que,
Mas debatia
Debatia e batia
Com força na perna fraca...
Apesar de correr com afinco, a faca
Ardia-lhe as batatas
Ardia a barriga
Ardia-lhe a cara
Escurecia a vista...
E acordara
De um sono profundo
Tão profundo que atordoara
Quanto tempo dormira?
Onde e por que acordara?
Respirava?
Remexera os pés, remexera as mãos, o pescoço...
Remexera os bolsos...
Queria saber quem era, mas aquela luz...
Aquela luz ofuscava
Ofuscara
Ofuscaria... e continuaria
A cega-lo.
Mas quando mesmo enxergara?!
Quando fizera, quanto fizera...
Quanto importava?
E quanto exportava?
E quanto
sera que tem santo
Que quantifique o nada?
Ou que nomeie o tudo
Ou que nomeie-se.
Quem és tu, que corres?
Quem é o seu motivo?
Pra que correr, se no final
Ninguém sabe mesmo pra que?
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