terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Minha Maria...

Todas as noites em claro
Clamando por sapiência
Todas as fortes doses de paciencia
Toda a falta de amparo

Todas as notas de todas as músicas
Toda tentativa de suicidio
Todo medo, e todo delirio
Toda mentira, e todas as juras

E todas as faces devoradas
Sem nome, sem peso, sem valor
E toda mordida nessa carne sem pudor
Em misto com tanta lágrima desesperada

É tanta raiva acumulada
E muita alma se desarma
Por muito riso e muito carma
Em tantas camas deitadas...

Em tanto beijo emudecido,
E tantos e tantos momentos
Embutidos nestes torpes pensamentos
E tanto sentimento perdido...

Tanto tempo calado...
Gritando desesperos mudos
Congelando e esquecendo meus mundos...
Completamente desamparado.

Copos e camas cada vez mais fugazes
Tragos cada vez mais fortes
Azares cada vez mais confundidos com sortes
E amores cada vez mais velozes

Se perdem nessa tradução
Que hoje, tem nome e rosto
Que hoje, ja não me faz desmaiar em desgosto
E que focam a minha atenção...

E de repente, sou criança
"Criança com argumento"
E já não desfaço desse sentimento
O medo, já não me alcança.

E como custava acreditar...
As vezes, acho que era apegado a tristeza
Que me vinha, e com toda fineza
Me abraçava, e tirava pra dançar

Enfim, me tomaste, do silêncio, a razão
Transforma em menino, o outrora animal
E de forma sutil, carinhosa, natural
Acalma o amedrontado coração...


Vontade de ser, de ter, de ir...
Me fez ter, novamente, vontade!
E olha que interessante verdade...
Apresso em gritar alto, em chorar de alegria, em rir...


O rir...
"Quanto tempo" - saúdo.
"Eis que retorno" - Escuto.
E nos abraçamos até cair...

Um comentário:

Unknown disse...

AMEI, Rafa!!! Seu poema está simplesmente magnífico!!!

Beijos