Joana Loiola

No fundo destes tão sábios olhos,
Que já entristeceram com a seca,
Que viram o chão que o sol abriu
Que muitas vezes viram a estrela,
Nos olhos de outrem que espera,
A chuva pra meados de abril...

Estes mesmos sábios olhos
Que do tempo tanto aprenderam;
Que sugaram, do sertão, a vivência...
E que hoje perpassam experiência
De tantos risos e choros que se sucederam...

Foram teus olhos que guiaram
Mais outros tantos olhares,
Que geraram mesas tão fartas
De riso, comida, de brigas...
Bebidas, brincadeiras, conversas amigas...
E conselhos, dizeres e farpas!

São estes teus olhos que criam...
São estes, teus olhos de ouro.
Que nos olham, com todo esse amor
Que trouxeram o Uauá, e o chapéu de couro
Para o chão frio de Salvador.

Em respeito à grande matriarca da Familia Loiola, por toda a sua força e dedicação. Eis aqui o meu obrigado.