
Dois moleques caminhavam juntos
Tinham em vista um tal de futuro
Não havia, em seus rostos, olhares aflitos
E nem, na sua estrada, um túnel escuro.
Num momento qualquer, aparece no caminho
Um bom professor que sabia de tudo
Dizia ser pedra, ser flor, ser espinho
Dizia ser dono da história do mundo.
Conheceram aquele que mandava no pensamento
Que fazia doer o coração, a barriga, que molhava as mãos.
Aquele, que era o rei dos sentimentos
Que servia ao marido, à mulher, aos irmãos.
Chegaram ao encontro da filha do vento
Que mora aqui, ali, acolá...
Sentia prazer em dormir ao relento
Não deixava frio nem calor a amolar.
Passaram pelo que corria até de sombra;
Pela que suspirava com qualquer flor;
O que não se confia, tem olhos de cobra;
E o que vem, e diz coisas sem o menor valor.
Depois de muito andar, deitaram cansados.
E decidiram não mais prosseguir.
Olharam pra traz, seus passos estavam dados.
E puderam, enfim, dormir.
Um comentário:
o amor é sempre um bom professor!
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