Canção à dona da noite

Você, que sempre me vira a mesma face
E que se esconde por traz do obscuro
Que teima em mostrar apenas este disfarce
E seduz aquela que, mesmo em desejo, enamoro.

Que está longe, e é amorosa assim como é fraterna
E não se importa com meu grito de atenção
Me fala com este ar de amante eterna
Sabendo que só posso desejar que me aponte uma paixão.

Assim como todos, tens um lado negro
Não entenda, porém, o negro como maldade,
Apenas que este teu lado obscuro
É uma vertente desconhecida desta fraca humanidade.

Dizem alguns, que escondes um segredo
E não serei pedante ao ponto de querer resposta
Apenas te mostro este meu peito ferido
E peço encarecido que me olhe, antes que seja morta.

Não sei se talvez por vergonha
Esconde-te quando a luz acorda a rua
Mas por sua obra e graça, novamente se exponha!
Pois sou teu fã, querida e amada Lua.

(Agradecimento especial: Jamile Marcellino, ao seu brilhantismo.)