Em tempos de vontades egoístas,
Em tempos de olhares fatalistas
E de desculpas esfarrapadas...
Como viver tem-se feito impossível
Em tempos de abraços abundantes,
E de vazios redundantes,
Onde só se escuta o plausível...
Onde a loucura é aprisionada
E só se escutam os conselhos...
Onde se mantém escondidos os coelhos
Que Alice e sua loucura, se viram destinadas?
Quantas paredes surgiram...
Quantas amarras, quantas correntes...
E menos consideração, e muito mais concorrentes
E subiram os prédios e as árvores caíram...
Quantas maquiagens e quantos esporros
Ainda teimam em manter escondido
O que carrega o desespero, e é chamado de bandido;
O que carrega o sorriso, e tem um constante tom de socorro...
Quantas armadilhas e quantos desastres
Ainda tem que acometer nosso corpo
Quantos mais verei sofrer, quanto e quanto mais morto,
É este efisema, esta enxaqueca, este enfarte...
E quanto mais tempo terá a vida
Para que seja reversível
Tantos gatilhos, e tanto sonho comestível
Tanto descaso e tanta coisa poluida...
Tanto lixo e desamor
Tantos e tantos projéteis
Tantas e tantas mentes inférteis
Tanto ódio e tanto rancor...
Tanta falta e tanta guerra...
Tanto santo, e tanta igreja
E heresias, e tanta faca que esquarteja
Tanta gente e tanta terra...
Tanta morte e lamúria
Tantos e tantos sonhos...
Tantos dizeres enfadonhos
Tanta arma e tanta fúria...
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