Furta-me o sono a insônia
À noite, encaminha-se a eternidade.
Gargalha-me à face a insanidade,
Com indubitável eloqüência.
E a relatividade segura o tempo
Noite e dia demoram-se em fusão,
As oito horas se fazem sempre em divisão
E o cansaço é companheiro de campo.
Tantos e tantos segredos para com a madrugada...
Os uivos de cachorros sozinhos à rua,
Berrando apaixonados seus cânticos à lua
E a minha resposta, só a mim mesmo era anunciada.
Somos íntimos, eu e a noite.
Por vezes, me obriga ao desabafo,
Por outras, me afoga em prato e garfo,
Ou ainda, me faz chorar com teu açoite.
E o riso, assim como o choro,
Se fazem de mim para mim mesmo
O crepúsculo, se coloca sempre a esmo
Me dando por empréstimo meu próprio esporro!
E o sol nasce, repentino, imponente, audaz!
Clareia e adormece aquela minha companheira
Eu levanto, e com a experiência costumeira,
Devo esquecer o cansaço, e fazer-me sagaz.
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