Ela vem com os passos ainda sonolentos
Me olha, acena, não estamos muito bem.
Estou sentado distante, mas meus olhos sempre atentos
Observam a atitude quieta, a voz calada, a lágrima refém.
Eu passo por ela, dou um beijo em sua testa e sigo adiante
Dou uns passos sem pensar demais
Mas ela me olha, se vira e seu dedo me aponta
Me chama de volta, pergunta o que foi... Me dá um tantinho de paz.
Estudo seus olhos e o tom da tua voz
Ela está aqui, mesmo não querendo estar
Se entende o meu riso e as minhas palhaçadas
Também entende a tristeza como uma instância feroz.
E ela sempre tem a palavra certa.
E sempre tem o abraço quente
Por vezes com beleza, mas sempre direta
E me mostra que a minha tristeza é deprimente
Que devemos rir quando a lágrima afogar
E que só nós somos responsáveis pelo “preto-e-branco” da vida.
Que não se busca nem é esperado
Que não se desespera por estar sozinho
Que sentir-se triste até é normal, vez ou outra...
Mas que para amar, é preciso ser sempre bem resolvido.
E eu agradeço suas palavras.
E agradeço seus olhares
Sua força e sua beleza.
Sua inteligência e sua destreza,
Por me mostrar que não estou sempre certo
Agradeço de peito aberto
Por afogar com calma essa minha tristeza.
terça-feira, 6 de maio de 2008
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